XIII Oficina de Formação da Rede UNI Mulheres destaca o cuidado como pilar da ação sindical

Nos dias 28, 29 e 30 de julho, a Rede UNI Mulheres realizou a XIII edição da Oficina de Formação “Juntas somos mais fortes”, com o objetivo de construir uma sociedade baseada no cuidado coletivo. O evento aconteceu na colônia de férias do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, na Praia Grande, e contou com a participação de representantes do SIEMACO São Paulo.

A programação reuniu dirigentes sindicais de todas as regiões do país, com 70% de presença feminina, em torno de temas que integram o trabalho de cuidado à agenda sindical. A proposta central da oficina foi preparar lideranças para promover transformações sociais a partir da valorização do cuidado como elemento estruturante da convivência comunitária e da ação política dos sindicatos.

Principais objetivos destacados:

• Inserção do cuidado como pauta da ação sindical;
• Inclusão do trabalho de cuidado nas negociações coletivas;
• Enfrentamento das desigualdades de gênero, raça e classe social;
• Fortalecimento da democracia por meio da construção de políticas públicas que garantam infraestrutura e serviços adequados.

Além de painéis sobre a implementação da Política Nacional de Cuidados, o evento promoveu uma mesa de debate sobre violência de gênero e transversalidade. Representando o SIEMACO-SP, estiveram presentes Márcia Adão, secretária-geral do sindicato e secretária de atas da UNI Mulheres, e Maria Silva, diretora responsável pela equipe de órgãos públicos, que contribuiu no debate sobre violência e diversidade.

“Mais um ano, mais um encontro. Apesar das dificuldades, da crítica e de quem joga contra, estamos aqui, na resistência. É uma alegria ver o crescimento deste evento. Quem sabe, em breve, não lotamos o teatro com capacidade para 400 pessoas?”, disse Márcia Adão na abertura do encontro.

Em sua fala na mesa temática, Maria Silva emocionou o público ao compartilhar sua experiência como mãe de pessoas LGBTQIA+. “Sou sindicalista e Mãe pela Diversidade. Conheci o movimento em 2015, ano em que entrei para o sindicato. Tenho quatro filhas, sendo três LGBTQIA+. A mais velha já trabalhou conosco, assim como a Andriele, que está qui comigo. São pessoas íntegras, trabalhadoras e exemplares”, relatou.

Maria lembrou as dificuldades enfrentadas ao longo da vida. “Vi um pouco de tudo que se possa imaginar: automutilação, medo, julgamento da família e da sociedade. Já tirei as chaves das portas, dormi com elas por medo que se machucassem. E tudo isso por serem diferentes. É doloroso viver em uma sociedade que ainda nega direitos às nossas filhas e filhos.”

A oficina reafirmou o compromisso da Rede UNI e dos sindicatos presentes com a promoção da equidade e a defesa incondicional dos direitos humanos. Para o SIEMACO-SP, a participação no evento é parte do esforço contínuo para construir um sindicalismo mais inclusivo, sensível às questões de gênero, raça e diversidade.

Por Alexandre de Paulo (MTb 53112/SP); Fotos: Arquivo Pessoal/Divulgação