Violência contra a mulher no Brasil exige ação permanente e reforça o papel dos sindicatos na defesa da vida

 Violência contra a mulher no Brasil exige ação permanente e reforça o papel dos sindicatos na defesa da vida

A violência contra a mulher segue como uma das mais graves violações de direitos humanos no Brasil. O país ainda registra mais de três feminicídios por dia, além de milhões de casos de agressões físicas, psicológicas e morais todos os anos. Em grande parte das ocorrências, a violência acontece no ambiente doméstico e é praticada por parceiros ou ex-companheiros, revelando um problema estrutural que atravessa a sociedade e impacta diretamente a classe trabalhadora.

Diante desse cenário, o SIEMACO São Paulo reafirma que o enfrentamento à violência de gênero deve ser compreendido como uma pauta permanente do movimento sindical, pois afeta a vida, a saúde e a segurança das trabalhadoras, inclusive nos ambientes de trabalho.

Em julho de 2025, o sindicato divulgou em suas redes sociais um vídeo que ultrapassou 1 milhão de acessos, mostrando a atuação decisiva de um porteiro da categoria, que interveio para salvar a vida de uma mulher brutalmente agredida dentro de um elevador. A repercussão do material evidenciou o impacto que conteúdos de interesse social podem ter quando divulgados por canais sindicais com alcance direto junto à população.

Para o presidente do SIEMACO-SP, André Santos Filho, o episódio reforça a importância de utilizar as redes sociais do sindicato para além da divulgação de pautas estritamente trabalhistas. “As redes sociais do sindicato não podem se limitar a informar sobre convenções, acordos ou direitos. Elas também precisam cumprir um papel social, educativo e de conscientização. O vídeo mostrou que a informação, quando bem utilizada, pode salvar vidas e mobilizar consciências”, afirmou.

Ato nacional pelo fim da violência contra as mulheres, com o tema Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas!, na Avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Segundo ele, os sindicatos ocupam uma posição estratégica por estarem próximos da realidade da classe trabalhadora e do cotidiano das cidades. “Somos espaços de escuta, orientação e acolhimento. Muitas vezes, o sindicato é o primeiro local onde a trabalhadora encontra apoio. Enfrentar a violência contra a mulher também é defender a dignidade humana”, completou.

O SIEMACO-SP destaca que o combate à violência de gênero exige ações contínuas de prevenção, formação e diálogo nos locais de trabalho, além do fortalecimento das redes de acolhimento e da articulação com políticas públicas de proteção às mulheres.

“Mais do que uma pauta social, trata-se de um compromisso com a vida. Para o sindicato, assumir esse papel é reafirmar a função histórica do movimento sindical: defender direitos, proteger pessoas e contribuir para uma sociedade mais justa e segura”, concluiu.

por Fabiano Polayna (MTb 48.458/SP) | Foto de capa: Marcelo Camargo/Agencia Brasil