Coletores e motoristas da Loga aderem à campanha 36 horas sem redução dos salários
O dia prometia ser longo, hoje de madrugada (25), já que a coleta de lixo no início das semanas costuma ser pesada. Um motivo a mais para os motoristas e coletores da garagem Jaguaré, da Loga, assinarem o abaixo-assinado, promovido pelo Siemaco, pela redução da jornada de trabalho garis, varredores e motoristas.
A mobilização é para que o Projeto de Lei 1590/11, de autoria do deputado federal Roberto Santiago (PSD-SP), vire lei. Aprovado pela Câmara Federal, a proposta tem de ser validada pelo Senado.
Há 14 anos na limpeza urbana, o motorista Antonio Lourival Alves Arraes acorda às quatro horas para trabalhar e só consegue chegar em casa lá pelas dez da noite. Uma rotina comum entre os colegas do turno da manhã.
“É uma iniciativa ótima, pois a redução da jornada melhoraria a vida de todos, principalmente dos coletores que fazem a parte mais pesada do serviço”, afirmou, enquanto Antonio Maurício Martins, há 22 anos na coleta, completa: É uma lei justa!
José de Souza Albino é coletor há apenas um ano, mas a rotina estressante já provocou três acidentes de trabalho. “Já tive de pular do caminhão em trânsito, depois fui jogado para cima quando o carro passou por uma lombada e na terceira vez a poeira do lixo machucou os meus olhos”, relembra, contando que o serviço é corrido e os coletores ficam muito expostos. O motorista Rogério Carlos Araújo resumiu:
“O caminhão pesa 13 toneladas vazio e chega a 26 toneladas quando está carregado de lixo. Fazemos em médias entre duas a três viagens de duas horas e meia cada, mas no início da semana chega a quatro por turno. As manobras são perigosas, dirigimos olhando para os coletores, as crianças nas ruas e as regras de trânsito”, conta, tudo isso somado ao cansaço e às condições de trabalho.
Unânimes, os colegas dizem que com o tempo extra poderiam descansar e se dedicarem mais às famílias. Como o trabalho na segunda-feira é árduo eles quase nem podem aproveitar a folga semanal do domingo.