Luz da sociedade, mulheres do Siemaco comemoram o Dia Internacional da Mulher
A energia de cerca de 400 mulheres iluminou o tempo nublado que cobria o céu da praia de Bertioga, no sábado (7), quando a Colônia de Férias “Pé de Areia” se encheu de convidadas especiais: as trabalhadoras da limpeza. A garoa ajudou para refrescar, tão animada que foi a festa em alusão ao Dia Internacional das Mulheres.
A anfitriã, Márcia Adão, diretora do Siemaco e responsável pela Secretaria da Mulher, contou que anualmente o sindicato reserva um dia para que as mulheres da categoria possam aproveitar momentos de lazer, e serem homenageadas. “São guerreiras que moram longe do trabalho e sofrem com a condução, são chefes de família e têm dupla jornada. Mulheres que têm de se conscientizar do quanto são importantes para criar valores na sociedade.”.
Representando mais de 60% da categoria dão Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes, as mulheres da limpeza também convivem com a violência, discriminação, assédio. Sobretudo, sofrem com o preconceito e a invisibilidade, mas vencem dia-a dia o desafio no mundo do trabalho.
Muitas estiveram na colônia de férias pela primeira vez, como Viviani, Jane Cleide, Elaine, Franceline, Erica, Ana Paula, Aparecidas e Marias… Centenas de cidadãs que se orgulham ser mulher… “Hoje estamos em evidência, mas o Siemaco sempre é um respaldo para todas nós”, atestou Lindinalva.
Enquanto Érica sentia uma ponta de remorso por ter deixado o filho de nove anos em casa, Fátima disse que era a sua vez de se divertir, pois a filha já esteve na colônia, acompanhando o marido, trabalhador da categoria. Maria Lucia se arrependeu de não ter aceitado o convite do sindicato, antes. “O ano que vem estarei aqui novamente!”.
Emocionada e tentando segurar o choro, Eliana contou que a última vez que tinha visto o mar tinha dez anos, há 19 anos. “Estou me sentindo como uma criança. Vocês não podem imaginar a minha alegria!”, confessou.
Para Cintia de Souza, o motivo para celebrar é a carteira assinada, documento que ela apenas conseguiu aos 45 anos, meses atrás. Depois de uma vida trabalhando como doméstica e cozinheira, em casa de família, finalmente ela é reconhecida como profissional. Tão logo assinou contrato, ela não teve dúvida e se associou ao Siemaco. Ativa, participa das assembleia, recomenda a sindicalização e tem o sindicato como referência. “Desde os 13 anos fui explorada, agora sou uma trabalhadora com direitos!”.
Convidada especial, a Diretora Regional da Uni Global Union, Briceida Gonzáles, se encantou com a personalidade das brasileiras, que sabem se divertir, são femininas, se orgulham de seus corpos e trabalho.
“Este oito de março, Dia Internacional da Mulher, é um chamado para mudar a realidade da defasagem salarial, que afeta o pleno desenvolvimento das mulheres nas áreas laboral, social e familiar”, enfatizou. Lembrando que apesar de desempenhandar o mesmo trabalho que os homens, as mulheres recebem remuneração 23% menor. “A UniAmericas lidera uma campanha para eliminar esta desigualdade e convido a sociedade brasileira para unir-se a essa luta”, conclamou.