A greve fortaleceu a categoria da Limpeza Urbana no Estado de São Paulo
O vice-presidente do Siemaco, Roberto Santiago, afirmou ontem (6), após a quarta reunião de conciliação entre a Femaco e o Selur, que a decisão de levar a julgamento a greve que afeta há 16 dias cidades no interior, litoral e região metropolitana do Estado é altamente positiva, pois fortalece a categoria em São Paulo. A expectativa é a de que o Ministério Público repasse para todos os trabalhadores o índice de 9,5% de reajuste salarial, sugerido pelo TRT e definido em vinte municípios.
“Seja qual for o resultado do julgamento, o movimento é altamente positivo e vitorioso. Eu tenho certeza de que o Tribunal vai estender o reajuste de 9,5% para todos, pois não é possível que não se respeite o trabalhador lá no rincão do Estado.”, argumentou o também presidente da Femaco, lembrando que apesar de trabalhadores de cidades pequenas nem sempre terem condições de cruzar os braços, era esperada, hoje, a adesão de mais dez cidades.
“Nós fechamos o acordo em 9,5% mais o pagamento dos dias parados em 20 cidades, onde a greve foi encerrada. Agora vamos aguardar o julgamento do dissídio, que serve para todo mundo. Também teremos de discutir a Convenção Coletiva de Trabalho, cláusula por cláusula.
Relembrando que no início a categoria reivindicava 11,73 % e o sindicato patronal oferecia apenas o repasse da inflação, afirmou que o acréscimo de quase dois por cento é positivo. “Esse negócio de dizer que trabalhador gosta de fazer greve é conversa fiada. A greve é um instrumento utilizado quando as negociações estão no limite.”, ressaltou.
Sobre o fato de as prefeituras se mobilizarem para buscar o entendimento entre sindicatos e empresas, lembrou que a Femaco esteve a frente das negociações. “Quem tem contrato com a prefeitura são as empresas, não os trabalhadores, e o risco do negocio é do capital. Como eles não têm poder de pressão, acabam usando o trabalhador. Somos bucha de canhão, nesse momento. Concordamos em fazer o movimento buscando melhores condições de salário e trabalho e greve continuará até o julgamento”, finalizou Santiago.