Racismo no mundo do trabalho é tema de conferência internacional
Foram três dias de debates intensos, quando a tônica foi à relação entre o preconceito racial e a exclusão do mercado de trabalho. As centrais sindicais brasileiras estavam representadas, assim como sindicalistas de cerca de dez países das três Américas. O Siemaco esteve presente.
A Conferência Continental de Combate ao Racismo no Mundo do Trabalho foi aberta, oficialmente, na noite de 17 de agosto, com a participação da Ministra da Igualdade Social, Nilma Lino Gomes, e do Secretário Estadual do Emprego e Relação do Trabalho, José Luiz Ribeiro. O encontro foi promovido pelo Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Social, em celebração aos 20 anos de sua fundação.
O presidente do Inspir, Francisco Quintino, resumiu os desafios persguidos para vencer a luta contra a discriminação e a atuação do Instituto so longo de duas décadas. Nos dias 18 e 19, os participantes se reuniram para trocar experiências e pensar em estratégias que nortearão a redação de um documento oficial, que será entregue às centrais sindicais.
O professor da Universidade Del Valle, da Colombia, Fernando Urrea, coordenou a primeira mesa de trabalhos. Falou sobre a desigualdade histórica perpetuada pelo racismo. Na sequencia, o Procurador Federal do Ministério Público do trabalho, Wilson Prudente, analisou a realidade brasileira.
Depois foi a vez de Angela Guimarães, da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, coordenar os trabalhos para a reflexão sobre juventude negra, violência e exclusão social. Mostrou que no Brasil a “violência tem idade, raça e território”. Os debates versaram também a realidade vivida pelas mulheres trabalhadoras e a discriminação racial nas Américas.
Encerrando a Conferência, no dia seguinte, questionamentos buscavam respostas para os temas: Quais seriam as melhores práticas sidicais de combate ao racismo? Como os jovens negros e LGBT podem ser inseridos no mercado de Trabalho? Qual dimensão da Marcha das Mulheres Negras e das campanhas realizadas pela Sepir (Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial)?
“Foram três dias de reflexão para pensarmos o que precisa mudar, no mundo e no Brasil, a respeito do preconceito, no mercado de trabalho e sociedade. Tivemos avanços, mas muito aquém da realidade que deveríamos estar vivenciando”, finalizou a diretora do Siemaco, também Secretária da Juventude do Inspir.