Desesperadas por um novo emprego trabalhadoras passam a madrugada na rua em frente do Siemaco
Colegas na equipe de limpeza da linha azul do Metrô, Clarinda Brito de Araújo e Maria Helena Coelho Queiroz queria ser as primeiras a serem atendidas para garantir a vaga de emprego. Elas chegaram ao Siemaco por volta da meia-noite e literalmente dormiram sentadas na calçada, encostadas na parede.
Como o sindicato estava fechado, elas só puderam entrar no prédio às cinco horas, mas garantiram que a segurança delas foi garantida. “O segurança do Siemaco ficou o tempo todo de olho em nós, sentou bem perto e vigiou quando pessoas passavam por perto e também nos deu água e café”, contaram.
Maria Helena veio de Guaianazes e Clarinda de Itaquaquecetuba. Elas contaram que participaram de todas as manifestações, assembleia e da greve, sempre com o apoio do sindicato. “Fomos sempre informadas pelo Siemaco e na terça-feira (16), leram a cartaz fixado na parede sobre o mutirão de contratação e atendimento”.
Mãe de seis filhos, que cuida sozinha, pois é a única da família que trabalha, Clarinda só quer receber os direitos e trabalhar de novo. “Todas as minhas contas estão atrasadas, até mesmo o boleto da formatura de ensino médio da minha filha”, reclamou dizendo que o sustento dos filhos tem sido garantido às custas de bicos como cabelereira.
Maria Helena, apesar de estar sem dormir, iria ficar no sindicato para fazer o curso de encarregada e voltaria amanhã, para o curso de supervisora, ambos oferecidos pela Central de Cursos do Siemaco aos trabalhadores. “O Siemaco nunca nos deixou na mão. Estivemos sempre a par de tudo o que estava acontecendo com a Higilimp”, finalizou.