Perdemos Marco Roza

 Perdemos Marco Roza

No dia 25 de abril fomos atropelados pela notícia de sua partida. Marco Roza, jornalista, escritor, estrategista, diretor da Agência Consumidor Popular e consultor sindical por mais de 30 anos. Participou de inúmeros Projetos no Siemaco-SP, entre eles o Livro Siemaco Documento e História em 2006, onde em sua vasta pesquisa nas atas da entidade entrelaçou a historia do nosso sindicato e os momentos históricos da cidade de São Paulo e do Brasil.

Resumir sua trajetória nesse momento é inviável, pois foram muitos os beneficiados por sua erudição. Vamos apenas reproduzir um artigo, escrito em 2007 para uma de nossas funcionárias que teve o privilégio de contar com seus conselhos durante 15 anos.

Fica aqui a homenagem do SIEMACO-SP ao Homem que disseminou a inquietude nos acomodados e acalmou os precipitados.

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Caos criativo
Gerenciar o caos emocional e espiritual ajuda a captar as novas etapas de nossa vida

A leitora Simone Rocha de Toledo me inspirou a tratar sobre o caos que de repente invade nossa vida e faz uma confusão dos diabos em nossas emoções e visão de vida afetando diretamente nosso ânimo para continuar a lutar.

Na conversa que tive com a Simone, por telefone, aprendi que o caos, na maioria das vezes, antecipa uma nova etapa criativa de nossas vidas. É essencial, inclusive, que o caos nos domine para que dele arranquemos novas perspectivas e aprendamos a recombinar as próprias energias para continuar nossa vida rumo à felicidade possível.

Quando a confusão se abate, a gente tenta uma solução imediatista. Gastamos energias boas num esforço inútil. Pois o caos, como me inspirou a Simone, é um aviso do nosso corpo e alma, integrados num ambiente que nos passa sinais nem sempre diretos.

De repente, você que está feliz com o atual emprego, com o seu parceiro e com sua família e é, sem mais nem menos, jogado no liquidificador emocional e espiritual.
Tudo fica confuso. Suas energias se esvaem quando você tenta organizar aquela bagunça que você se transformou. O curso de História (Simone é estudante de História) em vez de ajudar a organizar sua perspectiva, corrói sua fé no mundo e nas pessoas. O sofrimento dos outros passa a ser seu, ampliando sua impotência para contribuir para uma solução das dores do mundo imediatamente.

Se você também passa por essas emoções embaralhadas, provavelmente, vive uma fase riquíssima de sua vida que tenderá a se repetir no futuro. Você, em caos, está grávido (ou grávida) de um grande salto na sua vida.

Em vez de se concentrar no próprio umbigo, sugiro que comece a tentar se ver de fora. A buscar nos sinais ocultos, que melaram geral a sua cabeça, os indícios de que você está pronto para um nova etapa em sua vida.
E, muitas vezes, você descobrirá, como a Simone, que a nova etapa se tratará de uma espiral dentro do mesmo ambiente em que trabalha, estuda e vive.

Ou seja, é possível, como uma frondosa árvore, que a gente cresça sem sair do lugar. Que produzamos frutos crescendo para os céus e aprofundando nossas raízes no nosso meio social.

O grande problema é que o caos, uma vez instalado e gerenciado por nós, a ponto de aproveitarmos do crescimento e dos frutos que produz, tende a se repetir.

É o preço que pagamos, se queremos sair de um estágio em que vivíamos emoções uniformes e pasteurizadas, para avançar para a sabedoria que, dependendo do número de caos criativos que gerenciemos, nos premiará na velhice. E olhe lá.