Na comunidade, aprendendo sobre cidadania, direitos e deveres
A Constituição Brasileira garante o direito do cidadão, mas a falta de conhecimento, oportunidades e vontade política nem sempre permite o tratamento igualitário. Na manhã de sexta-feira (8), numa ação do sindicato-cidadão, a diretora do Siemaco, SIlvana Souza, proporcionou uma roda de conversa com os moradores da Comunidade Moinho.
A advogada, ativista em direitos humanos e consultora do Siemaco, Claudia Patrícia Luna, começou o bate-papo com as apresentações. A partir da dinâmica do barbante ela conheceu pelos nomes, um a um, os mais 30 moradores que aceitaram o convite. Isso sem incluir as crianças!
“Todos vocês têm um nome, são cidadãos e pessoas de valor”, afirmou. A ideia foi formar uma rede, pois nas comunidades, as pessoas convivem muito proximamente, fisicamente, mas muitas vezes distantes nos interesses. “A gente se torna forte quando se une”, provocou.
Na sequência, listou os direitos dos moradores de uma comunidade, como moradia, saneamento básico, assistência pelo Estado através da defensoria pública, Conselho Tutelar etc. Ressaltando que todos precisam “ter orgulho do que são e de onde vivem”, convocou os vizinhos a se unirem para buscar as melhorias devidas, exigindo os direitos do poder público sobretudo em épocas de eleição, sabendo cobrar depois.
Os moradores fizeram muitas perguntas, mostrando que a falta de endereço e o perigo da expulsão (reintegraçãod e pose) são uma ameaça coletiva. “Eu não construo uma casa de alvenaria porque tenho medo de ser expulsa daqui”, disse Jane, enquanto Elias Afonso Alves lembrou a todos que direitos caminham junto com os deveres. A Comunidade Moinho está localizada em terrenos irregulares, pertencente ao município, Estado e propriedade privada.
O encontro aconteceu no espaço comunitário coordenado pela Ong Aliança de Misericórdia. “Quando vocês ouvirem não, perguntem o porquê”, ensinou Claudia, argumentando que é preciso que os cinco mil moradores da comunidade se juntem, numa maioria, para reivindicar os direitos. “Vamos ser a mudança que queremos acontecer”, finalizou.