Trabalhadores aprovam pauta de reivindicações e campanha salarial 2017 do Asseio o Conservação inicia oficialmente
Convocados pelo sindicato, os profissionais de empresas terceirizadas em prestação de serviços de Asseio e Conservação da cidade de São Paulo participaram da Assembleia Geral dos Trabalhadores, na tarde de quinta-feira (24). A pauta de reivindicações que será negociada com o sindicato patronal (Seac) foi aprovada por unanimidade.
O presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, abriu os trabalhos fazendo uma breve contextualização sobre a atual situação do país e foi taxativo ao afirmar a importância da representatividade. “Precisamos do apoio dos trabalhadores para tomar decisões em conjunto.”
Ele ressaltou que o movimento sindical brasileiro vive dias difíceis com as ameaças de perda de direitos garantidos na constituição, que podem afetam duramente a classe trabalhadora, e também aonde são destinadas as contribuições pagas pela categoria.Na sequência, explicou os passos de uma negociação coletiva até a definição, prevista para ser finalizada até a data-base da categoria: primeiro de janeiro.
“Numa negociação, as primeiras respostas dos patrões são negativas, isso é comum, por isso a importância da negociação”, enfatizou. Resumidamente, a pauta (leia abaixo) pretende a reposição das perdas inflacionárias do período acrescido de uma aumento real. O índice pretendido é de 13%.
Um dos pontos mais polêmicos é o pagamento de adicional de insalubridade para a função de banheirista. “Esta é uma reivindicação antiga do sindicato. Se não conseguirmos um acordo recorreremos à Justiça”, adiantou Moacyr, explicando que já existe uma súmula no TRT que justificaria a aprovação da cláusula (acordo feito entre o TRT e a empresa Centro.
“A Convenção Coletiva é válida para todas as empresas e trabalhadores da cidade de São Paulo”, explicou o presidente. Ou seja, cerca de 100 mil trabalhadores de mais de 30 mil postos de trabalhos onde atuam cerca de 2800 empresas do segmento da limpeza.
Foram muitas as dúvidas explicadas por Moacyr aos trabalhadores. As mulheres, que são maioria na funções de limpeza quesitonaram principalmente sobre os direitos relacionados à família e fihos.
“Eu confio no Siemaco, por isso estou aqui”, afirmou categórico Antonio Isidro da Silva, 50 anos, limpador de vidros numa das mais importantes instituições do país: a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo. É a segunda vez que ele participa da assembleia -geral que acontece durante a campanha salarial. Ele faz questão de ser sócio do sindicato e afirmou que gostou do resultado da Convenção Coletiva 2016 e espera que a renovação seja positiva, com um bom aumento salarial.
Para o porteiro Francisco Edson Martions, 37 anos, foi uma experiência nova. Apesar de ser sócio há anos, ele só havia recorrido ao sindicato para resolver pendências trabalhistas, mas elogiou muito o convênio médico quando a filha nasceu. “Ela teve alguns problemas e eu não teria condições de arcar com as despesas médica se não fosse a clínica do Siemaco”, contou. “Eu vim aqui para entender, pois gosto de estar sempre bem informado”, disse garantindo que levará as informações para os colegas de trabalho, onde é lider.
Para garantir a transparência e o direito à informação de todos os trabalhadores, assembleias foram realizadas nos locais de trabalho, pelo sindicato, no decorrer do mês de novembro. A pauta de reivindicações aprovada será encaminhada para o Selur até o dia 30 de novembro, como determina a Justiça do Trabalho.
Resumo da pauta de reivindicações (total de 18 ítens):
– 13% de reajuste salarial (reposição da inflação = aumento real);
– 15% de aumento no Vale Alimentação, Tiquete Refeição e Benefício Social Familiar;
– garantia de pagamento do PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) equivalente do em valor mínimo anual equivalente ao Piso Salarial, a ser pago em 2 (duas) parcelas semestrais;
– plano/convênio médico gratuito;
– adicional de insalubridade para banheiristas;
– apoio ao trabalhador vitimado por acidente de trabalho e doença funcional (complementação de diferença, assistência médica, exames e medicamentos);
– auxílio Creche (20% do Piso Salarial);
– higienização dos uniformes pelas empresas;
– alteração das cláusulas:
“ATESTADOS MÉDICOS” (entrega nos locais de trabalho);
“SEGURANÇA NO TRABALHO” (NR 35);
“PRAZOS E MULTAS”: “DESCUMPRIMENTO, PRAZOS E MULTAS (multa de 20% sobre o salário mínimo federal por empregado e ocorrência infracional);
“FORNECIMENTO DE PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário);
nomenclatura “CESTA BÁSICA” para “VALE ALIMENTAÇÃO“;
“APOSENTADORIA/INDENIZAÇÃO COMPLEMENTAR E ESTABILIDADE” (prazo de seis para doze meses);
“ HOMOLOGAÇÕES” (prazo para pagamento conforme artigo 477 da CLT);
“GESTANTES EM LOCAIS INSALUBRES (acrescentar: PARAGRAFO ÚNICO: Durante o afastamento temporário previsto no “caput”, fica assegurado à empregada gestante o pagamento integral do salário que vinha percebendo, incluindo o adicional de insalubridade);
“CERTIDÃO DE REGULARIDADE PARA COM AS OBRIGAÇÕES SINDICAIS” (acrescentar);
– Contribuição Negocial conforme deliberação da assembleia;
– Manutenção das demais cláusulas da convenção em vigor.