Março Mulher reuniu líderes sindicais filiadas à UGT celebrando uma década de luta
Num evento duplo, a central sindical celebrou 10 anos de luta ao mesmo tempo em que debateu a participação das mulheres no mundo laboral e sociedade. O encontro, que teve a participação da Secretária da Mulher do Siemaco, Márcia Adão, também contou com a presença de autoridades governamentais do Estado do Paraná e da cidade de Foz do Iguaçu, onde o evento foi realizado, entre os dias cinco e seis de março.
“Infelizmente, a violência contra a mulher ainda é pauta nas discussões, mas a importância de muitos homens nesse encontro demonstra um avanço”, ponderou a Secretária Geral do Siemaco, diretora executiva Márcia Adão. “Parabéns UGT Mulher pelo resgate dos 10 anos!”
Num ato de coragem, que inspirou a todos, a prefeita de Foz do Iguaçu, Inês Weizemann, confessou ter sido vítima de violência doméstica. “Por 13 longos anos sofri violência doméstica. O destino quis que hoje, na condição de prefeita, pudesse fazer parte desse belo evento em nossa cidade. Nunca deixem de acreditar na sua força. Denunciando, venceremos essa dura batalha.”
Versando sobre a Luta das Mulheres por uma sociedade mais justa e igualitária, os trabalhos foram divididas em cinco módulos. No encerramento, apresentado o informe técnico sobre as reformas, pela representante do Instituto de Altos Estudos da UGT, Helen Silvestre Fernandes.
Desafios a serem enfrentados
São muitas as frentes de luta a seguir rumo à participação mais igualitária entre gêneros. A Secretária da Mulher da UGT Nacional, Santa Regina Pessoli Zagretti, conduziou as atividades que foram iniciadas pelo “Enfrentamento a todas as formas de violência de gênero no Brasil e na Fronteira – a violência de gênero e o gênero da violência no Brasil – como ampliar os espaços da mulher”, exposto pela professora titular de antropoligia da UNB, Lia Zanota Machado, com comentários da advogada e ativista das causas da mulher e inclusão, Claudia Patrícia Luna e Rosane Sassi (secretária adjunta da mulher da UGT Nacional).
Coube a Ana Cristina Duarte (secretária para assuntos da diversidade humana da UGT nacional) falar sobre “Igualdade de Gênero – Caminhos para Avançar”. Já a “Jornada 20 30 ODS Objetivo 5 (alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas) foi abordado por Gustavo Padua (secretário nacional da Juventude UGT).
Convidada especial, Jana Silverman (Solidarity Center e Isamar Escalona SCA) comentou a participação da “Mulher no mundo de trabalho, igualdade e violência”. Brunna Valim (centro de referência e defesa da diversidade SP, esclareceu “O direito à diversidade”. Para encerrar, os participantes dividiram-se em grupos que focaram interesses específicos: Enfrentando a Violência de Gênero, Nossos Passos, Mercado de Trabalho, Mais Avanços, Igualdade de Gêneros, Mais Estratégias.
Autoridades presentes mostram a importância do encontro
Pelo menos 300 pessoas, vindas de todo o Brasil, prestigiaram o evento realizado pela UGT. Dentre as autoridades, a governadora em exercício do Estado do Paraná, Cida Borghetti (PP); o Ministro da Saúde, Ricardo Barros e o presidente da Sanepar(Companhia de Saneamento do Paraná), Mounir Chaowiche.
A governadora relatou a parceria e o respeito que tem pela UGT, afirmou a importância em denunciar casos de violência doméstica. Sobretudo contra crianças e adolescentes. Também se colocou à disposição para ouvir e viabilizar a implementação de políticas públicas direcionadas à igualdade de gênero.
“Vivemos num país injusto em que as mulheres trabalham muito e ganham menos que os homens. Além disso, queremos ao longo dessa jornada estabelecer propostas que possam ser apresentadas aos poderes executivo, legislativo e judiciário, em todas as esferas, e assim possamos mudar essa triste realidade”, ressaltou a Secretária Nacional da Mulher da UGT, Santa Regina Pessoti Zagretti. Para o presidente da UGT Paraná, Paulo Rossi, “a violência contra as mulheres e formas de estabelecermos políticas públicas; empoderamento das mulheres, igualdade de gênero, demonstram a preocupação da UGT com a sociedade e com a classe trabalhadora.”