Siemaco e Centrape somam ações em prol dos trabalhadores aposentados e pensionistas
O Siemaco recebeu trabalhadores muito especiais na quarta-feira (21). Profissionais que continuam na ativa ou não, foram os convidados especiais do Encontro para Aposentados e Pensionistas, realizado no sindicato. Na ocasião, foi lançada oficialmente a parceria entre o Siemaco e a Central Nacional dos Aposentados e Pensinistas do Brasil (Centrape), com serviços dirigidos e preparados especialmente para o público-alvo.
Abrindo a solenidade, pela manhã, o tesoureiro-geral do Siemaco, Edson André dos Santos Filho, salientou que o sindicato tem um olhar especial para os seus trabalhadores aposentados, mas que ao lado da Centrape as ações serão multiplicadas. “Mesmo depois de se aposentarem, os nossos trabalhadores podem continuar usufruindo dos benefícios oferecidos pelo Siemaco”, disse o diretor, afirmando estar “feliz” com a nova parceria.
O presidente da Centrape, Francisco Canindé Pegado, resumiu a história de mais de duas décadas ao lado do Siemaco, como sindicalista. “Quando eu cheguei a São Paulo, vindo do Rio Grande do Norte, foi esta casa que me acolheu.”
“Os trabalhadores da Limpeza Urbana e Asseio e Conservação estão entre os mais importantes do mundo, pois sem ele a cidade fica podre, disse, fazendo uma referência ao “lixo” recolhido e à limpeza essencial. “A construção das categorias representadas pelo Siemaco passou pelas mãos de cada um de vocês. Valorizem as suas histórias”, enfatizou Pegado.
O diretor João Capana, que responde pelas ações voltadas à saúde e segurança do Trabalhador, abriu o Encontro no período da tarde. Frisou a importância da parceria com a Centrape e a qualidade dos serviços oferecidos. “A assistência beneficiará toda a família trabalhadora”, afirmou.
Mestre de cerimônias, a diretora Silvana Souza foi a interlocutora na idealização da parceria entre o Siemaco e a Centrape. Segundo ela, valorizar a pessoa idosa é preservar memórias, intervir para um presente melhor e construir o futuro ideal. “Siemaco e Centrape, juntos, têm ainda mais condições de valorizar o nosso maior patrimônio: o trabalhador da limpeza.”
Orgulhosamente, aposentados!
“A gente vai aprendendo com a vida…”, provocou a psicóloga e coach, Madalena Marques, em sua palestra Vivendo Mais e Melhor. Explicando que para a Organização Mundial da Saúde (OMS) idoso é a pessoa com mais de 60 anos, lembrou que em épocas que estamos nos tornando centenários, o importante é cuidar do corpo e da mente.
Para isso, ela orientou que todos devem “fazer as pazes com o passado”. Afinal, todos fizemos o melhor naquele momento. Além disso, é vital romper a “crise da desimportância”, pois o papel da pessoa idosa para a sociedade é imensurável.
“Quantos de vocês ainda são chefes e sustentam as suas famílias? Quantos de vocês cuidam da casas, filhos, netos e até pais? Vocês têm a noção do papel de cada um?
Ressaltando que o Brasil soma hoje 22 milhões de idosos, afirmou taxativa que é preciso cuidar da saúde e da segurança. Também, que o futuro do país é dos mais velhos, pois a previsão é de que em 2050 seremos 65 milhões de idosos.
O ator e escritor Ulisses Tavares, autor do livro Engate uma 3a. e Vá em Frente deu dicas para enfrentar o envelhecimento com bom humor e saúde. ” Vamos ajudar a tal felicidade a nos ajudar.” convidou.
A televisão dos sonhos de presente
Eduardo Brasilino Corsi colocou a TV debaixo do braço e não quis mais soltar. Ele tem 78 anos mais um, pois o registro de nascimento só foi oficializado quando ele tinha um ano de idade. Na semana anterior, ele sofreu uma queda do telhado, onde estava arrumando a boia da caixa d’água, mas estava firme e forte. Conta que trabalhou durante 17 anos e meio na Limpeza Urbana, como gari. À noite fazia bicos de pedreiro e marceneiro. Aposentado desde 17 de abril de 2005, ainda está na ativa e contou que nunca havia ganhado um sorteio e que por isso estava muito feliz com a televisão nova.
Silviana Cardoso da Silva não conteve as lágrimas quando o seu nome foi sorteado. Ao lado do marido, Moises Domingues, ela foi ao sindicato para saber das novidades que estavam destinadas aos aposentados da limpeza. Casados há 34 anos, ela trabalhou na limpeza, testemunhou que o sindicato sempre a ajudou, principalmente no cuidado à saúde, através das Clínicas Médicas. “Venho sempre aqui ver as novidades”, disse.
Histórias e sonhos
Aos 75 anos, Rosa Sérgia Quintana varreu as ruas da região sul da cidade durante 35 anos. Acompanhada da neta Natalei, de 15 anos, que cria como filha, ela diz que sente saudades das ruas, dos colegas e que trabalha mais em casa do que antes de se aposentar, em 2002. “Trabalhei por mais oito anos e quando saí os turcos (logistas) queriam fazer um abaixo-assinado para eu ficar”, contou. “Como varredora era um serviço só, em casa são muitos. Eu não paro cuidando do meu marido, três filhos e netos”. Linda no seu casaco vermelho, Rosa merece o nome que tem.
Aos 85 anos, Osvaldo dos Santos está aposentado desde 1999. Ele contou que foi coletor durante seis meses, “peão” -como ele chama o varredor- por um ano e meio e depois fez a carreira na Limpeza Urbana como fiscal. “Eu não tomo nenhum remédio”, disse orgulhoso. Quanto à pensou, disse: tenho que economizar, mas Deus ajuda”, afirmou. A esposa e a neta adoraram tirar seu Osvaldo de casa para passear no Siemaco. “Ele adora ficar deitado, assistindo televisão”, denunciou a matriarca. Ele ainda é arrimo de família e disse, taxativo: Limpeza Urbana me sustentou!
Com a camisa azul que lhe caiu muito bem, seu Rubens Bernardo de Lima segurava firme sua bengala, mas foi sozinho para o sindicato, de Metrô. A esposa estava numa consulta médica e não pode participar do Encontro. Ele conta que comemora a vida duas vezes: o seu nascimento, em 10 de abril de 1940 e o renascimento, após um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em 29 de abril de 2008. “Eu vivenciei a morte, mas graças a Deus sobrevivi. “Casado há 53 anos, ele estava angustiado para resolver a demanda da esposa, que teve o da aposentadoria cortado… Referência de trabalhador brasileiro, ele fez de tudo um pouco, de metalúrgico a supervisor de limpeza. Ele ainda responde pelas despesas da casa onde circulam quatro filhos, sete netos e seis bisnetos. “Estou esperando o governo pagar os atrasados que devem aos aposentados”, argumentou.
Símbolo do profissional da limpeza, a varredora Maria Pelagio dos Reis Davi, 68 anos, aposentou-se há dois meses, mas continua na ativa. No momento, está cobrindo férias no Ecoponto do Bras e seu lema é: eu não deixo rastros. Ela fez questão de ir ao Siemaco, pois já é de casa – não perde um evento ou assembleia da Limpeza Urbana. “Vim aqui porque acredito no Moacyr (Pereira, presidente do Siemaco). Se ele trouxe a Centrape para o sindicato, ele confia e sabe que é bom para os aposentados”. Ela se filiou à central dos aposentados, pois gostou da ideia de contar com serviços de reparo e manutenção para casa. “Hoje em dia não dá para confiar em estranhos entrando na casa da gente”, argumentou. E sabe o que diz, pois cuida da mãe, de 92 anos.
Seu Eduardo, Dona Silviana, Dona Maria, Seu Rubens, o Senhor Sebastião e a Senhora Rosa são filiados do Siemaco e, com orgulho, mostraram as suas carteirinhas de associado. São testemunhas de que o sindicato sempre esteve ao lado deles, e que a representatividade é o maior legado de um sindicato ao seu trabalhador.
O Siemaco agradece à confiança.