Liderança sindical feminina oficializa propostas aos candidatos em defesa dos direitos da mulher trabalhadora
As propostas das mulheres sindicalistas para os candidatos à Presidência da República e ao Congresso Nacional foram divulgadas na sexta-feira (31), validadas por cerca de 60 militantes, representantes das Centrais Sindicais do Brasil. Reunidas durante o “Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais”, no Auditório do Siemaco, as líderes sindicais definiram uma plataforma unificada, que sintetiza em seis tópicos as 35 metas a serem cumpridas.
Nenhum Direito a Menos em todo o Território Nacional; Trabalho Decente; Fim da Violência Contra a Mulher; Defesa do SUS e da Saúde da Mulher; Educação Pública, Laica e de Qualidade e Cidadania são os temas macro que serão cobrados dos políticos. Representando a UGT, CUT, Força Sindical, CSB, CTB e NCST, as líderes sindicais entendem que a mulher – especialmente a mulher trabalhadora – é duplamente afetada pelo retrocesso econômico, social e político que afeta o Brasil.
“A emancipação da classe trabalhadora e no seu bojo a emancipação da mulher e a igualdade entre os sexos deve ser um compromisso de homens e mulheres. Para construírmos juntos esta nova sociedade propomos que as/os candidatos incluam em seus programas, bem como, assumam o Cmpromisso para sua execução, quando eleitos, esta plataforma das mulheres trabalhadores”, diz o documento.
Mais Mulheres na Política
Na abertura do seminário “Mais Mulheres na Política”, que antecedeu a leitura e lançamento do documento, que será entregue aos presidenciáveis e candidatos à deputados estaduais e federais, as secretárias nacionais e suas representantes enfatizaram que é preciso formar uma plataforma política unificada. Resumidamente, afirmaram que o voto feminino definirá o que chamaram de “eleição das nossas vidas” e que é predico eleger mulheres no próximo pleito. Na sequência, Liége Rocha, da UBM, e Soninha Coelho, do MMM, palestraram sobre a importância da presença feminina na política.
Em sua fala, Liége resumiu o panorama das mulheres na política e demonstrou, em números, que apesar de serem a maioria dos eleitores (53%) ainda são minoria nos espaços de poder e têm atuação limitada pelos partidos políticos. Alertou ser urgente despertar o interesse pela participação feminina.
“Oitenta por cento do eleitorado feminino está indeciso, temos de ganhar este voto no corpo a corpo para barrar o retrocesso, elegendo mulheres que defendam os nossos interesses reais”. Ressaltou que a pauta das mulheres é prioritária, pois abrange toda a sociedade e que o momento é de união.
Analisando a evolução da sociedade, do feudalismo ao capitalismo, Soninha alertou que a pauta política é norteada e perpetuada pelo processo de violência e apropriação, que excluiu a participação das mulheres. “As mulheres são exceção nos lugares de poder.”
Ao analisar esta baixa participação das mulheres nos espaços decisórios, ela justificou que resulta da dominação masculina ao longo dos séculos e delegou às mulheres o papel de coadjuvante. Inclusive na representação sindical. “Só equilibraremos o poder quando construirmos a correlação de forças”, completou.
Falando pela UGT, central sindical que representa o Siemaco, Cássia Bufelli alertou para o retrocesso advindo da retirada dos direitos da classe trabalhadora brasileira. “A reforma trabalhista é perversa às mulheres. O voto de sete de outubro é uma arma poderosa!”, completou.
Diretora do Siemaco, Maria Silva afirmou ser preciso divulgar o nome das candidatas que integram o movimento sindical brasileiro. “Precisamos dar nomes às candidatas , divulgá-los e nos organizar pelo voto que elegerá a bancada feminina”, finalizou.