Siemaco cobra proposta concreta do sindicato patronal para avançar nas negociações
Durante a terceira rodada de negociações para definir os termos da Convenção Coletiva de Trabalho da Limpeza Urbana 2018, o sindicato patronal, Selur, insistiu em reafirmar desculpas já ouvidas nas reuniões anteriores. Insatisfeitos, as diretorias do Siemaco e do Steriiisp, apoiados em cerca de 200 trabalhadores, definiram, na manhã de hoje (27), os termos de uma contraproposta como parâmetro inicial para seguir nas negociações.
Para o presidente do Siemaco, Moacyr Pereira, são inegociáveis a concessão do adicional de insalubridade para os ajudantes de serviços diversos/manutenção e o fornecimento do desjejum. Já o presidente do Steriiisp, José Alves do Couto Filho (Toré), não abre mão da revisão do valor do seguro de vida e condições do plano odontológico. Os motoristas, inclusive, decretaram Estado de Greve, na véspera.
Valor do Reajuste dependerá das condições básicas exigidas
Os dois sindicatos concordaram que apenas irão pensar nos valores dos reajustes após as pré-condições (ítens prioritários dos dois sindicatos) forem acordadas entre patrões e empregados. Os pontos comuns serão definidos conjuntamente.
Tanto Moacyr quanto Toré foram enfáticos em afirmar que há cinco anos alguns dos ítens da Pauta de Reivindicações estão sendo colocados na mesa e recusados pelos patrões. Não aceitaram o argumento de que o momento é de instabilidade.
O presidente do Selur, Márcio Matheus, mais uma vez contextualizou o cenário político, econômico e principalmente a proximidade da licitação dos contratos de prestação de serviços indivisíveis de varrição, agendado para dezembro, alegando a dificuldade em negociar num clima de incerteza. Em resposta, Moacyr enfatizou que todos os anos a desculpa dos patrões é a mesma.
Tentando que as negociações avançassem, o presidente do Siemaco mostrou flexibilidade. “Podemos definir as condições agora e estipular prazos para serem cumpridos quando os novos contratos forem assinados”. Segundo ele, isso daria margem, inclusive, para negociações dos valores dos contratros, pelas empresas, com a prefeitura.
Insistiu que deixar estas decisões para depois apenas dará margem à eventuais novas empresas, “não tão sérias e comprometidas com o trabalhador e a prestação de serviços” retrocederem em avanços históricos já conquistados. Segundo ele, também está em jogo a qualidade da Limpeza Urbana.
Proposta do patrão
A negativa foi o tom da proposta patronal, além de uma reajuste mínimo: reposição da inflação (3,06%) e quatro por cento nos benefícios do Vale Alimentação e Tíquete Refeição. “Não é uma questão de vontade. Não temos o que fazer nem de onde tirar”, justificou Márcio Matheus. Após uma assembleia realizada em pleno escritorio do Selur, na Avenida Paulista, o acordo foi rejeitado.
“É injustificável ouvirmos há cinco anos que todo o momento é ruim para negociação”, disse Moacyr. Com argumentos, ele refutou todas as justificativas do patronato. “O momento é agora. Precisamos definir os termos da Convenção Coletiva de Trabalho, nos antecipando ao processo licitatório para proteger empresas, trabalhadores e população. Caso contrário, só daqui a três anos.
Com a recuso das condições das empresas, os dois sindicatos se dividiram em negociações particulares e uma nova reunião conjunta acontederá na sexta-feira (28). “Infelizmente, não chegamos a um acordo. Não abriremos mão da insalubridade e do desjejum, que são questões de honra. Ou fechamos um acordo ou iremos partir, se for o caso, para uma greve”, finalizou Moacyr.