Workshop da UNI Américas sobre comunicação e sindicalismo reúne dirigentes de todo o país no auditório do SIEMACO-SP

 Workshop da UNI Américas sobre comunicação e sindicalismo reúne dirigentes de todo o país no auditório do SIEMACO-SP

Moacyr Pereira, presidente da CONASCON, fala na abertura do evento, no auditório do SIEMACO-SP – Fotos: Alexandre de Paulo

Uni Global Union, Uni Américas, UGT e CONASCON promoveram durante toda a última segunda-feira (12), no auditório do SIEMACO São Paulo, um workshop sobre comunicação, sindicalização e o futuro do movimento sindical no Brasil e na América Latina.

Os trabalhos iniciaram por volta das 9h, com um café da manhã de boas-vindas. Em seguida, o presidente da CONASCON, Moacyr Pereira, fez a abertura, apresentando os objetivos e agenda do workshop. “A ideia é trazes experiências diferentes de várias áreas. Os palestrantes mostraram suas visões e debateram com os participantes cada item abordado. É um evento de aprendizado mútuo para todos e todas”, disse.

André Santos Filho, presidente do SIEMACO-SP, saudou a todos, desejando modernizar e ampliar o diálogo com a classe sindical. “A gente sempre abre as portas do sindicato para esse tipo de evento, por entender que essa integração é essencial para fortalecer nosso trabalho”, avaliou. 

O presidente da UGT Brasil, Ricardo Patah, membro do comitê de transição do governo Lula, fez uma explanação em vídeo sobre o panorama político e econômico do Brasil sob a ótica sindical. “Parabenizo todos os presentes por este tipo de ação. Eu sou SIEMACO e sei da responsabilidade que o grupo tem em melhoras o panorama sindical no Brasil”.

Completando a fala do dirigente Patah, Roberto Nolasco, economista pós-Graduado em Administração, Coordenador de Finanças da UGT e Diretor Técnico do Instituto de Altos Estudos da UGT (IAE), analisou as questões sobre presente e futuro do sindicalismo. “O que queremos pra frente é mais fácil, pois depende das nossas ações neste momento. Mas não adianta esperarmos que este atual governo Lula resolva nossas dificuldades, principalmente nas questões que envolvem a reforma trabalhista. No primeiro mandato do Lula, ele se colocou totalmente contra as privatizações, mas qual estadual vendida ele reintegrou? Nenhuma. Pelo simples fato de que não é tão simples assim. E ainda temos um novo congresso ainda mais retrógrado que o atual, com mais força da extrema direita. Nós precisamos participar do governo, mas entendendo nossas responsabilidades”, disse.

Houve espaço para perguntas e respostas, tanto dos presentes quanto dos que participavam virtualmente via zoom. Em seguida, o jornalista Fábio Busian falou sobre Comunicação Sindical interna e externa, com ênfase no uso das redes sociais e suas experiência coordenando a comunicação do SIEMACO São Paulo.

Novamente houve uma rodada de perguntas e respostas, e debate em plenário. Marvin Largaespada, diretor regional UNI Américas Property Services, debateu sobre o futuro do movimento sindical no Brasil e na América Latina. “Na Colombia não existe essa liberdade sindical do Brasil. No Chile, a pluralidade sindical tirou nossa força, mas estamos nos reorganizando. Precisamos resistir, pois o Brasil e a Argentina são exemplos importantes de direitos trabalhistas e devem ser seguidos pelos demais países da America”, disse.

Rafael Guerra, representante da SEIU na América Latina, falou sobre como é o sindicalismo nos Estados Unidos. “Nos Estados Unidos não há direitos, reajuste anual. Existem estados que há décadas pagar sete dólares a hora para o trabalhador, sem que haja reajuste. E o poder da moeda mudou, hoje não se compra as mesmas coisas que se comprava há uma década com esse mesmo valor”, disse.

Por fim, Peter Kuhns, organizador sindical da Uni Américas Estratégias de sindicalização no setor de limpeza e conservação, deu seu depoimento sobre a importância do fortalecimento global dos sindicatos. “Nos Estados Unidos, o sindicalismo é algo difícil, não temos acesso à parte interna das empresas, ações antissindicais são permitidas. Por isso a união global do sindicalismo é extremamente necessária. Para termos um apoio mútuo e para que não ocorra no Brasil esse tipo de exploração do trabalho”.

* Pelos jornalistas Alexandre de Paulo (MTB 53.112/SP) e Fábio Busian (MTB 81.800/SP)