Comissão de Combate ao Assédio faz treinamento com equipes de assessores na sede e subsede

 Comissão de Combate ao Assédio faz treinamento com equipes de assessores na sede e subsede

Advogada Glédis Lúcio durante palestra na sede do SIEMACO-SP – Foto: Alexandre de Paulo

Assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, esse foi o tema do treinamento que o SIEMACO São Paulo iniciou no fim da semana passada com as equipes de assessoria de base na sede e subsede do sindicato.

A Comissão de Combate ao Assédio, implementada pelo sindicato em meados de agosto do ano passado, vem promovendo uma série de ações, cujo objetivo é conscientizar a todos sobre a gravidade do problema, interna e externamente, ressaltando que qualquer tipo de assédio não é legal e deve ser combatido.

Membro da comissão que discute o tema dentro do sindicato, a advogada Glédis Lucio ministrou palestras, nas quais enfatizou a importância de as equipes de base identificarem “o que é e o que não é assédio”, bem como instruí-las para saber lidar na abordagem do assunto com os trabalhadores e trabalhadoras.

“Tivemos a oportunidade, junto com a Comissão aqui do sindicato, de treinar, orientar e trocar ideias sobre o assédio, tanto moral quanto sexual, com todos os assessores. Eles mesmos trouxeram algumas questões e dúvidas sobre o assunto. Nesses bate-papos nós apresentamos a parte jurídica, os conceitos, e demos alguns exemplos de como o Direito do Trabalho está tratando isso. Também ouvimos a diretoria do sindicato sobre quais são as providências e os procedimentos internos adotados. O conhecimento que os assessores estão levando para os setores vai ajudar muito, tanto os trabalhadores quanto as empresas, a lhe darem de forma mais efetiva com esse problema”, disse a advogada. 

A Secretária Geral do SIEMACO-SP, Márcia Adão, lembra que o problema existe há bastante tempo, porém voltou a ficar em evidência após a pandemia. “O assédio nas relações trabalhistas é um tema antigo, mas que estava adormecido. Com a pandemia, esse problema veio à tona, porque o número de casos aumentou consideravelmente e nós percebemos que o trabalhador de uma maneira geral está com a saúde mental muito fragilizada. O SIEMACO-SP busca com esse treinamento instruir e capacitar o nosso pessoal para auxiliar a classe trabalhadora e as empresas a lidarem de forma mais assertiva com o problema”, disse a diretora.  

Para a diretora responsável pela subsede, Daniela Sousa, muitas vezes o trabalhador nem se dá conta de que está sendo assediado, e demora a perceber o quanto isso lhe faz mal. “Esse treinamento é muito importante, porque por mais que o tema tenha sido muito falado nos últimos tempos, as pessoas acabam tendo um entendimento às vezes equivocado do assunto. O treinamento traz informação, traz conhecimento, o que ajuda a identificar e combater o assédio no local de trabalho, pois muitas pessoas estão sendo assediadas e não se dão conta disso. Por isso é importante treinar a equipe, para que os assessores possam passar segurança para o trabalhador saber identificar e combater. O assédio tem a capacidade de desestabilizar profissionalmente e pessoalmente o trabalhador. Temos o dever de disseminar informações e instrumentalizar nosso pessoal para que eles possam combater qualquer tipo de assédio”, disse.

A diretora Maria Silva reforçou a relevância do treinamento, enfatizando que esse é um passo importante dado pelo SIEMACO-SP para combater o problema. “Começamos a dar os primeiros passos na tratativa do combate ao assédio. Idealizamos que instruir a nossa assessoria, tanto interna quanto externa para tratar do assunto, é a melhor maneira de levar isso para os setores. Todos precisam estar bem informados para saber avaliar o que é e não é assédio. Estamos produzindo uma cartilha para atingir o máximo de pessoas possíveis, pois todos têm direito a informação, que é a melhor maneira de combater este mal. Com isso a gente quer se antecipar ao adoecimento do trabalhador”, disse.

Roberta Butolo, coordenadora da Central de Cursos, reforçou a necessidade de ter empatia e de entender o estresse físico e mental de quem denuncia um caso de assédio. “A pessoa quando externa o que está passando já chegou num ponto em que não dá mais; ela já está doente e daí já não tem mais o que fazer (preventivamente). O estresse já atingiu o físico e o emocional e já passou dos limites. No começo ela até tolera alguma coisa, mas quando ela não aceita mais e denuncia, é porque extrapolou a sua capacidade de tolerância”, finalizou.

* Pelos jornalistas Alexandre de Paulo (MTB 53.112/SP) e Fábio Busian (MTB 81.800/SP)