SIEMACO-SP recebe selo “Amigos do Arnaldo”, do Instituto de Câncer de São Paulo

 SIEMACO-SP recebe selo “Amigos do Arnaldo”, do Instituto de Câncer de São Paulo

Dr. David Vieira da Costa, Andrea Ferreira, Silvana Souza, Gil de Oliveira e dr. João Batista Lopes – Foto: Alexandre de Paulo

O SIEMACO São Paulo recebeu o selo “Amigos do Arnaldo” por sua contribuição aos projetos sociais do Instituto de Câncer Dr. Arnaldo Augusto Vieira de Carvalho (ICAVC), instituição centenária e filantrópica, totalmente dedicada ao tratamento de pacientes oncológicos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma comitiva do SIEMACO-SP, formada pelas diretoras Silvana Souza e Andrea Ferreira (Ferreirinha), acompanhada da coordenadora Financeira Gilceleide Gonçalves de Oliveira (Gil), visitou as instalações do ICAVC na manhã desta quinta-feira (09), onde foram recepcionadas pelo presidente da instituição, Dr. David Vieira da Costa, e pelo diretor administrativo, Dr. João Batista Lopes.  

Segundo o presidente do sindicato, André Santos Filho, é uma honra receber esse selo. “Acreditamos na filosofia do Sindicato Cidadão, uma ideia que surgiu com a nossa federação, a FEMACO, e que levamos para todas as áreas de atuação. Ela consiste em entender que a qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras não acaba no fim do expediente, mas continua em outras áreas. No lazer, no esporte e, principalmente, no cuidado com a saúde. E fortalecer equipamentos públicos de referência, como o Instituto de Câncer Dr. Arnaldo, é uma obrigação de todas as entidades sociais”, disse.

André Santos reforça ainda a importância de equipamentos públicos de saúde eficientes e como eles mudam a vida de toda a sociedade. “Quando nos unimos ao poder público para melhorar a vida da população, toda a sociedade ganha. Assim, direta ou indiretamente, o SIEMACO São Paulo faz seu papel na busca por um país mais justo, mais igualitário e com oportunidades para todas as pessoas. Parabéns para toda a equipe do Instituto de Câncer Dr. Arnaldo, que é a prova de que o sistema público de saúde funciona, só precisamos acreditar e investir mais nele”, completou.

A diretora Silvana Souza ficou bastante impactada com o trabalho desenvolvido no instituto. “Diante das adversidades da vida, é preciso dar um passo de cada vez. Nessas horas, a fé, a esperança e o apoio familiar são fundamentais para quem está passando por um momento tão delicado como o tratamento de um câncer. Porém nos enche de esperança saber que existe o Instituto, com profissionais bem preparados, extremamente humanizados, abnegados, parceiros e dedicados à mesma luta: salvar vidas e amenizar sofrimentos”, afirmou.

Já a diretora Andrea Ferreira (Ferreirinha) destacou que a maior motivação é o amor ao próximo. “É emocionante ver o trabalho que é desenvolvido aqui. Um trabalho de puro amor. Eu, como sindicalista e assistente social, tive a oportunidade de absorver muitas coisas nesta visita. Percebi o quanto é importante esta instituição, que tem a grande missão de ajudar a salvar vidas”, finalizou.

Para o departamento de doações do Instituto, a contribuição das entidades é fundamental para manter a qualidade e estender o atendimento às pessoas que são acometidas pela doença. 

“A utilização dos selos é uma forma de agradecimento e reconhecimento às empresas que fazem doações para o Instituto do Câncer, assim como também é uma forma de possibilitar aos doadores que agreguem valor a sua marca ao poder compartilhar, através do selo nas redes sociais, que a empresa tem envolvimento com responsabilidade social”, explica Dinorah Aparecida dos Santos, do departamento de doações.

Segundo ela há quatro tipos de selo, que variam conforme o valor doado (que pode ser material, serviço ou financeiro), no qual o período de utilização do selo é determinado através de contrato e, geralmente, se mantém enquanto durarem as doações ou conforme afixar no contrato.

Ela acrescenta que o Instituto do Câncer recebe doações durante o ano todo. “Porém algumas vezes temos campanhas e/ou projetos específicos”, complementa.

“Nesse momento, por exemplo, estamos com dois projetos de reforma que precisam de doações:

Para mais informações e doações, favor entrar em contato direto com o Instituto de Câncer Dr. Arnaldo, por meio do site: www.doutorarnaldo.org.br ou pelo WhatsApp (11) 3504-7700 (doações em dinheiro).

Para qualquer outro tipo de doação, favor entrar em contato pelo telefone (11) 97706-0554 (Captação de Recursos) ou pelo e-mail: amigos@doutorarnaldo.org.

Instalações

Segundo os dirigentes, o prédio que abriga o (ICAVC) foi um presente do Dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo. O Instituto é uma entidade sem fins lucrativos, um dos maiores centros de atendimento a pessoas diagnosticadas com câncer, sendo 70% dos pacientes idosos.

Nos setores de rádio e quimioterapia, o atendimento médio é de 3.500 pacientes por mês; onde o atendimento ocorre das 6h às 21h, diariamente, para os pacientes que estão em tratamento.

Nos andares em que os pacientes realizam seus tratamentos há uma placa com os seguintes dizeres: “A vida é feita de ciclos e a cada vitória temos que comemorar. Quando seu tratamento terminar, toque este sino com orgulho, para todos anunciar: eu venci!”.

“Tinha uma paciente idosa em tratamento que foi entubada por conta da Covid-19; todos da equipe médica ficaram desacreditados e achavam que iriam perder a paciente, mas um milagre aconteceu: ela se recuperou da Covid-19 e o seu tratamento de câncer foi finalizado. A paciente foi curada e quando tocou o sino todos do instituto se emocionaram”, disse dr. João, visivelmente emocionado ao relembrar e relatar o caso.

O instituto possui equipamentos tecnológicos de 1ª linha para o tratamento do câncer. No setor de rádio há uma máquina que mapeia todo o corpo do paciente. Os dados são lançados no sistema e a máquina de radioterapia atua especificamente no ponto exato onde está o câncer.

Os médicos explicam que no setor de quimioterapia, onde os pacientes ficam com o estômago sensível após as sessões, uma empresa parceira doou um freezer com sorvetes de frutas naturais, que são consumidos por eles.

Na internação e no centro cirúrgico atualmente há 7 salas de cirurgia, das quais apenas 4 estão em uso; há também 10 leitos, todos com equipamentos de ponta, porém alguns precisam de manutenção, assim como três salas que passam por reforma. Para se ter uma ideia de custo, as medicações utilizadas nos tratamentos variam de R$80,00 a R$ 10.000,00.

Um outro setor, onde são atendidos casos de menor complexidade, em que não há a necessidade de internação, os pacientes fazem os procedimentos e vão para casa no mesmo dia.

Parceria

Uma possível parceria poderá ser firmada com SIEMACO-SP, na qual serão oferecidos, a preço de custo, exames de PCA, cujo material poderá ser colhido nas clínicas do sindicato e encaminhados para análise no instituto; assim como exames de mamografia, aos sábados.

Segundo os administradores, o departamento de assistência social do Instituto é bastante atuante, com uma grande demanda, pois diversos pacientes precisam de cesta básica e às vezes lhes falta até o dinheiro da passagem de ônibus. Materiais de escritório, como mesa e cadeira, além de computadores, precisam ser trocados ou passar por manutenção com frequência, portanto, todas as formas de doação são bem-vindas.

Os responsáveis pelo Instituto se colocaram à disposição para ministrar palestras sobre câncer na sede do SIEMACO-SP.

Sistema carcerário

O instituto conta com diversas parcerias para viabilizar o seu amplo funcionamento, “porém às vezes, devido a certas burocracias, algumas ficam em modo de espera”, como os atendimentos nas penitenciárias, masculinas e femininas, no Estado de SP.

“Na penitenciária masculina, um profissional do instituto coletava o PCA e trazia para análise. Para se ter uma ideia, em uma penitenciária X foram identificados 15 presos com câncer de próstata”, conta dr. João.

Já com as detentas eram realizados em média 10 mamografias, isso no próprio Instituto, aos sábados. “Entendo que a logística (de deslocamento) não é fácil, muito menos para o Estado”, acrescenta.

A título de exemplo, para um preso sair da penitenciária onde cumpre pena e vir até o instituto realizar seu tratamento são necessários cinco policiais e um agente de saúde, da própria unidade prisional. “Isso explica porque a população (carcerária) está abandonada. O custo para tratar (câncer) é muito alto”, avalia.

Por fim dr. João faz um desabafo sobre a responsabilidade que é tratar pacientes acometidos por câncer. “Quando nasce uma criança é uma alegria e o Estado proporciona um ambiente saudável (maternidade) para receber essas crianças, mas quando falamos da fase ‘terminal’ da vida, o Estado não oferece o mesmo conforto aos pacientes”, finaliza.

* Pelos jornalistas Alexandre de Paulo (MTB 53.112/SP) e Fábio Busian (MTB 81.800/SP), com colaboração da diretora Silvana Souza.